A noite no Pavilhão Rota dos Móveis foi de festa ruidosa, lágrimas e bandeiras erguidas. Depois de quase uma década de espera, Portugal sagrou-se Campeão Europeu de Hóquei em Patins, ao derrotar a França por 4-1 na final e conquistando o seu 22.º título continental.

O jogo começou equilibrado, mas rapidamente a seleção nacional mostrou porque continua a ser sinónimo de garra e tradição nesta modalidade. Rafael Bessa, com a frieza de um veterano, abriu o marcador aos 14 minutos e voltou a marcar já perto do apito final. Pelo meio, Alvarinho, de livre direto, e Gonçalo Alves, de penálti, deixaram claro que a taça não fugiria de Paredes.

Uma campanha de sofrimento e redenção

Curiosamente, esta conquista nasce da adversidade. Portugal entrou mal no torneio, somando três derrotas na fase de grupos. Contudo, a goleada sobre Andorra (11-2) reacendeu a chama e empurrou a equipa para uma recuperação memorável. Nas meias-finais, a vitória frente à tricampeã Espanha, nos penáltis, ficará como um dos capítulos mais épicos da história do hóquei nacional.

O regresso da hegemonia

Com este triunfo, Portugal não só regressa ao topo do hóquei europeu, como ultrapassa a Espanha na lista de países mais titulados da competição. O país volta a afirmar-se como o coração do hóquei em patins mundial, num título que é tanto desportivo como emocional.

Reações

“Este é o prémio da resiliência, do acreditar até ao fim. Portugal está de volta ao lugar que merece”, afirmou o capitão Gonçalo Alves, emocionado, já com a taça nas mãos.

Nas bancadas, o ambiente foi indescritível. Adeptos vindos de todo o país transformaram Paredes num mar vermelho e verde. O hino ecoou como raramente se ouve, carregado de lágrimas e orgulho.

Portugal é campeão europeu. Mais do que um título, é a recuperação de uma identidade coletiva, a confirmação de que o hóquei em patins continua a ser um dos símbolos maiores do desporto português.

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